Centro

Estabeleceu-se um consenso entre estes três ilustres visitantes: Portugal, apesar de pequeno, contém enorme variedade. Maurício Lima foi aquele que conseguiu ir, percorrendo uns quantos quilómetros, do mar à neve, em “roteiro descobridor e misterioso ao mesmo tempo, porque através desses diversos caminhos que percorri pude descobrir coisas e lugares interessantes, aspetos, detalhes muito particulares.” Se, por absurdo, tomássemos, na cidade das colinas, o mítico elétrico 28 e, depois de subirmos e descermos os seus múltiplos encantos, continuássemos lado a lado com o Atlântico para Norte, iriamos sentir o vento fresco que empurra os surfistas para a praias do Guincho ou da Ericeira e da Nazaré com as suas ondas gigantescas, mas também teríamos paragem nalguns dos mais turísticos pontos do país, como a Sintra romântica, a Óbidos medieval, a Coimbra dos estudantes, agora Património Mundial, a Aveiro construída sobre as águas antes de sairmos por instantes para brincar com a neve da Serra da Estrela, o ponto mais alto de Portugal continental. E regressarmos depois, cheios de saudades, a Lisboa, desta vez para prestar atenção ao seu lado noturno. Não há elétrico pachorrento que nos dê este prazer. Mas as fotografias podem substituir as janelas e tornar-se meio de transporte. Não foi outro o desejo do fotógrafo. “Queria que, quando as fotografias forem vistas, as pessoas tenham um desejo de estar naquele lugar e ver aquilo de perto.”

Os instantâneos que se seguem estão cheios de momentos simbólicos, rasgando janelas sobre o que pode significar Portugal hoje. Na Serra há um velho sentado e uma criança que sobe brincando; em Aveiro um barco rabelo com as cores tradicionais navega entre um edifício antigo recuperado e uma construção de traço moderno; em Coimbra, as estudantes recém-formadas atiram as suas capas negras sobre o azul. A vida que pulsa em Portugal ziguezagueia assim e desde sempre entre a preservação do património e o arriscar fazer futuro, entre o negro do Fado e o colorido dos trajes, e, claro, entre terra e mar, entre espaço aberto e construção fechada. Maurício interpreta bem estas superfícies que se tornam fronteira: o pano de muralha rasga-se para deixar ver uma onda, o espanto dos espectadores face ao mundo submarino no Oceanário, os turistas pendurados nas janelas dos elétricos, mais turistas apontando detalhes no Palácio da Pena, os estudantes sentados em plena História. E depois capturou a noite, seja a agitada da grande sala que é o Lux, como a que “veste” o Mosteiro dos Jerónimos.

Cada cenário é habitado por gente, de cá como do mundo inteiro. Pois se temos para oferecer o que mais ninguém tem, diz Maurício: “a conservação dos lugares, a preservação da cultura e da tradição, e… claro, a gastronomia. Foi muito interessante ver a diversidade de turistas por todos esses lugares.” Tão interessante sentir nestas páginas a diversidade.

Lux Frágil

Lux Frágil

Bica do Sapato

Bica do Sapato

Exposição Joana Vasconcelos Palácio Nacional da Ajuda

Exposição Joana Vasconcelos Palácio Nacional da Ajuda

Eléctrico 28

Eléctrico 28

Mosteiro dos Jerónimos

Mosteiro dos Jerónimos

Oceanário

Oceanário

Casa das Histórias Paula Rego

Casa das Histórias Paula Rego

Guincho

Guincho

Palácio Nacional da Pena

Palácio Nacional da Pena

Praia de Ribeira d’Ilhas

Praia de Ribeira d’Ilhas

Casario Medieval

Casario Medieval

Praia do Norte

Praia do Norte

Hotel Miramar

Hotel Miramar

Mosteiro de Santa Maria da Vitória

Mosteiro de Santa Maria da Vitória

Pátio da Universidade

Pátio da Universidade

Mosteiro de Santa Clara-a-Velha

Mosteiro de Santa Clara-a-Velha

Mosteiro de Santa Clara-a-Velha

Mosteiro de Santa Clara-a-Velha

Quinta das Lágrimas

Quinta das Lágrimas

Centro de Congressos e Hotel Meliá, à direita

Centro de Congressos e Hotel Meliá, à direita

Centro Histórico/Judiaria

Centro Histórico/Judiaria

Torre

Torre