Sul

Um dos grandes destinos turísticos do mundo, o Algarve, parece ter ocupado todo o sul do país. Por ali reside a ideia paradisíaca de bem-estar, com distintas facetas. A do luxo dos grandes hotéis, iates que dançam entre o Mediterrâneo e o Atlântico, restaurantes com estrelas Michelin e campos de golfe, discotecas de moda ou casinos. Mas também a das vilas de pescadores recortadas nas escarpas rochosas, fragmentos de ecossistemas de grande beleza ainda preservados, sem esquecer uma longa lista de petiscos. Contudo, nada mais errado que excluir do mapa o Alentejo, o das pedras e das nuvens.

“Talvez a imagem que eu tivesse de Portugal fosse mais parecida com a que tenho do vilarejo espanhol, mas descobri que é muito diferente”, conta Christian Cravo. “É toda a geometria, a forma como as ruas são feitas, as cidadezinhas, o cemitério do lado de fora da cidade – sempre o cemitério está na rua que sai da cidade, nunca na rua que entra na cidade.” Christian Cravo descobriu-se encantado com as geometrias e fixou os grandes espaços, céu e horizonte, como se as nuvens do presente brotassem dos menhires perdidos na mais longínqua memória.

“Gosto é de ver história: aquela coisa de uma cultura em cima da outra, de ver onde era o chão em que andavam nas ruas da cidade. A gente está caminhando hoje dois metros acima daquilo que era o chão deles no passado. Em dois mil anos, a gente subiu dois metros de entulho e vai construindo em cima… Isso é fascinante: estar vendo ali uma pegada de alguém que pertenceu a outra época, a outros líderes, e que agora está inserido também num contexto só que dois mil anos à frente.”

E os exemplos sucedem-se, pois tropeçamos em história quando passamos por Sines, cidade natal de Vasco da Gama, ou por Castelo de Vide com o seu castelo, Vila Viçosa e o Paço Ducal, sem esquecer Évora, a do templo romano. “Aí vi a sauna romana. Imagina, saber que você está pisando em cima de história: ver o quanto eles eram avançados e o tempo transforma tudo em pó e reconstrói tudo. Isso para mim é o interessante num país, é a antiglobalização, a sua História”.

Passo a passo podemos entrar pelo passado dentro, e pernoitar, usando para tanto pousadas como a do Crato, alojada no seu coração histórico. Ou gastar o dia admirando como algum património continua vivo e a desafiar a luz. “O que mais me impressionou foi a coudelaria de Alter do Chão. Fantástica essa tradição secular de criar, refinar um DNA, para chegar a uma perfeição genética de um animal: 250 anos estão ali. É incrível!” O encontro marcou indelevelmente o fotógrafo que está em transição para uma linguagem mais abstrata. “Sou uma pessoa de primeiras impressões, e a coudelaria me fascinou. Eu estou muito ligado à estética e nada mais bonito do que um cavalo, um puro-sangue, branco, lindo, correndo, com aquela luz na lateral. É o Portugal de que eu me vou lembrar.”

Pousada Flor da Rosa

Pousada Flor da Rosa

Pousada Flor da Rosa

Pousada Flor da Rosa

Anta da Aldeia da Mata

Anta da Aldeia da Mata

Centro Histórico

Centro Histórico

Coudelaria de Alter

Coudelaria de Alter

Adega Mayor

Adega Mayor

Centro de Arte Contemporânea MACE-CAC

Centro de Arte Contemporânea MACE-CAC

Paço Ducal

Paço Ducal

Templo Romano

Templo Romano

Cromeleque dos Almendres

Cromeleque dos Almendres

Centro Histórico

Centro Histórico

Rio Guadiana

Rio Guadiana

Central Solar Fotovoltaica

Central Solar Fotovoltaica

Praia do Barril

Praia do Barril

Castelo

Castelo

Pine Cliffs Golf

Pine Cliffs Golf

Fortaleza

Fortaleza

Praia da Arrifana

Praia da Arrifana

Centro de Artes

Centro de Artes